A voz do professor: instrumento de trabalho.
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Dicas e orientações para manter a Saúde Vocal dos Professores
Fonte: Revista Maringá Ensina
Relações entre trabalho, saúde e qualidade de vida são imprescindíveis para o bem-estar do
profissional da educação
A voz é o meio de comunicação mais utilizado pelo ser humano, tendo
esta características próprias. Como a
nossa fisionomia, varia de acordo com a idade, sexo, personalidade e estado
emocional. É através da voz que expressamos nossas ideias, sentimentos e
pensamentos.
A voz é produzida pelas pregas vocais, localizadas na região do
pescoço, mais precisamente na laringe, e encontram-se afastadas durante a
inspiração e a expiração, permitindo a passagem do ar livremente. A produção
vocal ocorre a partir da aproximação e vibração das pregas vocais no momento da
expiração, devido à força provocada pela passagem do ar vindo dos pulmões.
O som produzido na laringe é amplificado pelas cavidades de ressonância
(faringe, boca e nariz) e articulado por meio dos lábios, língua, bochechas,
mandíbula e palato.
Na docência um dos principais recursos utilizados é a voz, esta é
responsável pelos primeiros elos de contato entre professor – aluno. Portanto,
é essencial que o professor tenha uma boa qualidade vocal, e hábitos corretos
de postura, pois seu padrão de conduta, além de influenciar na transmissão de
seus conhecimentos, é observado e, muitas vezes, imitado pelos alunos.
Com o objetivo de transmitir seus ensinamentos e manter a sala de aula
atenta, muitos professores abusam da garganta, causando sérios danos a sua
saúde vocal. Esses excessos e a má utilização da voz podem levar a uma disfonia
causada pela manifestação de nódulos, pólipos, edemas, cistos, rouquidão,
pigarros, etc.
A classe dos professores é uma das mais acometidas pelas disfonias,
tendo como causas tanto a jornada de trabalho, que na maioria das vezes é
excessiva, como também a falta de conhecimento de técnicas vocais apropriadas.
(Frabon & Omote, 2000)
Grande parte dos estudiosos afirma que os ouvintes guardam na memória
cerca de 10% do que ouvem. Porém, quando veem ou participam com o corpo, a
retenção das informações aumenta para 20% ou 30%. Isso nos mostra que o
professor pode e deve utilizar outros recursos para ensinar.
É importante que os professores procurem orientações com profissionais
da área, fonoaudiólogos ou médicos otorrinolaringologistas, para verificarem as
condições de sua voz. A falta de conhecimentos e cuidados com a voz muitas
vezes acaba impedindo o professor a continuar sua docência.
A prevenção é a melhor maneira para se evitar problemas vocais. No
entanto, são raros os profissionais que procuram atendimento fonoaudiológico antes de se
instalar um problema. Geralmente, apenas no momento em que se torna evidente
sintoma como fadiga ao falar, falhas na voz, ou até mesmo quando já se
estabeleceu uma patologia que os impossibilite de utilizar a mesma, é que o
professor reconhece a importância da própria voz e os cuidados a serem tomados
com ela.
Os primeiros sinais de que algo não vai bem com o aparelho fonador
pode se manifestar por meio de uma série de alterações: EVITE
Usar a voz para competir com o barulho interno e externo da classe;
Roupas pesadas e que apertem a região do pescoço e abdome, pois
dificultam os movimentos do diafragma;
Pigarrear ou tossir, hábitos que irritam as pregas vocais;
Chupar pastilhas, gengibre, cravo ou borrifar sprays. O efeito
anestésico alivia os sintomas, mas as pregas vocais continuam machucadas;
Falar enquanto escreve na lousa. Isso faz com que o professor tenha
que aumentar a intensidade de sua voz e que aspire pó de giz;
Falar de lado ou de costas para os alunos. Quando fazemos isso a
tendência é aumentarmos a intensidade vocal;
Comer alimentos gordurosos ou muito temperados, que aumentam a
produção e a espessura da secreção, dificultando a fala e a deglutição.
Fumar ou ingerir bebidas alcoólicas;
HABITUE-SE
Tomar água em temperatura ambiente durante as aulas, sempre em
pequenos goles;
Repousar a voz entre as aulas;
Apagar a lousa com pano úmido, para evitar a inalação da poeira de
giz;
Comer maçã regularmente. Ela é adstringente, ou seja, limpa o trato
vocal e a sua mastigação exercita a musculatura responsável pela articulação
das palavras;
Tomar diariamente sucos cítricos, como os de laranja e limão. Eles
ajudam na absorção do excesso de catarro;
Espreguiçar-se e bocejar várias vezes ao dia. Esses movimentos relaxam
a musculatura do corpo e da garganta;
Durante o banho, deixe a água quente cair nos ombros, fazendo leves
movimentos de rotação com a cabeça e ombros. Isso ajuda a diminuir a tensão do
dia-a-dia;
Fazer exercícios regularmente e cuidar da saúde como um todo, pois
qualquer problema no corpo pode influenciar na produção da voz.
O enfraquecimento ou perda da voz no fim do dia;
Voz rouca na sexta-feira e com melhor qualidade
Após repouso no fim de semana;
Quebras na voz durante a fala;
Voz rouca por vários dias; diminuição do volume vocal;
Voz mais grave;
Dores e ardor na região da garganta;
Excesso de secreção (catarro);
Cansaço ao falar.
Algumas mudanças na rotina e pequenos cuidados cotidianos ajudam a
prevenir distúrbios graves. De acordo com Pletsch (1997), Pinho (1997), Aydos
(2000), a voz do professor é passível a inúmeras interferências, tais como:
abusos vocais, condições climáticas, vícios, alimentação, distúrbios respiratórios,
alterações hormonais e hidratação inadequada. Seguindo estas recomendações, os
educadores estarão prevenindo-se de futuras alterações e males vocais. A
atividade de educador exige um uso intensivo e contínuo da voz. Cabe aos
mestres estar cientes das consequências que as alterações vocais podem causar
na sua vida profissional, social e emocional. Os professores precisam aprender
a tirar o máximo proveito de seu potencial vocal.
Cuidem- se, queridos professores!